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MESTRES \ Religiosidade




MESTRE: Antonio Ferreira de Souza
Nome Artístico: Tungueira
Ofício: Mestre de Tradição Religiosa da Dança de São Gonçalo.

BIOGRAFIA DO MESTRE.

Antônio Ferreira de Souza (mestre da dança do São Gonçalo) nasceu no Sítio Papa-mel, Distrito de Assaré-CE, no dia 22 de setembro de 1943, filho de Antônio Horácio Ferreira de Sousa e Antônia Ferreira de Sousa. Casou-se em 05 de novembro de 1973, com Helena Ferreira de Souza e tiveram 05 filhos, que são: Jesus Ferreira de Souza, Antônia Sandra Ferreira de Souza, Maria Telma Ferreira de Souza, Cícera Ferreira de Souza e Luziene Ferreira de Souza. 
Aos 20 anos de idade, começou a dançar, tendo aprendido com seu tio. Ele fazia parte do grupo Canela (como abre alas da dança). O grupo tinha 16 pessoas que participavam da dança, sendo 12 mulheres e 04 homens.
A dança de São Gonçalo do grupo durava em torno de 24 jornadas (uma jornada completa é igual a 12 danças, quando o grupo completava o círculo), duração em média de 02 horas seguidas, podendo variar de acordo com o “pagamento da promessa”.  Os instrumentos utilizados eram um pequeno violão e um tambor de madeira feito com couro de bode, e sua armação tem mais de 100 anos, tendo o mesmo passado por algumas restaurações só no couro.
Sua família participava da dança e fazia apresentações em outras cidades.
Seu Tungueira começou como “Canela” do grupo, sendo posteriormente, o responsável pelo mesmo. O grupo não possuía vestimentas específicas e era cobrada certa quantia em dinheiro para fazer suas apresentações.
Nos dias de hoje, o grupo não se apresenta mais, devido a muitos componentes que saíram, outros estão com problemas de saúde. Seu Tungueira reside, até hoje, no Sítio Papa-mel.

Devido à sua dedicação a esse estilo de cultura, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto com a Gestão Municipal lhe atribuíram o título de Mestre pelos Saberes e Fazeres da Cultura Popular assareense na dança de São Gonçalo.



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MESTRE: José Pereira dos Santos
Nome Artístico: Zé Piancó
Ofício: Mestre de Tradição Religiosa de Assaré.

BIOGRAFIA DO MESTRE.



José Pereira dos Santos (Zé Piancó) nasceu em 14 de Setembro de 1940, em Assaré. Filho de Francisco Pereira dos Santos e Francisca Alexandre. Casou-se em 1968 com Ana Lourenço Gomes dos Santos, e tiveram 07 filhos, que são: Francisco Lourenço, Manoel Lourenço (Renato), Cícero Lourenço, Ana Paula Lourenço, Maria das Graças Lourenço, Maria das Dores Lourenço (Dorinha) e Maria do Socorro Lourenço.
Aos 20 anos de idade, começou a frequentar as renovações, onde morava, no Junco e em sítios vizinhos. Depois, veio morar em Assaré e iniciou a sua caminhada participando de missas e procissões na Paróquia de Nossa Senhora das Dores, onde foi convidado a fazer parte do grupo “Irmãos do Santíssimo”, que tinha 08 pessoas integrantes. Os Irmãos do Santíssimo participavam das missas, procissões, renovações e outros, e tinha que ficar com a tocha e a vela acesa, durante e até o final das festas religiosas.
A coordenadora era a senhora Maria de Azarias e os presidentes que fizeram parte da Irmandade foram: Seu Plácido, Loiro de Seu Cazuza e Francisco das filmagens. A função do presidente era de organizar as fardas e os instrumentos que usavam nas apresentações.
 Em 2012, o grupo dos Irmãos do Santíssimo acabou, devido os problemas que enfrentavam. Mas, no mesmo ano, o Senhor José Pereira dos Santos (Zé Piancó) foi homenageado como Mestre dos Saberes e Fazeres Populares em Religiosidade dos Irmãos do Santíssimo, através da Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto à Gestão Municipal, no dia 01 de Março de 2012.

 Zé Piancó se aposentou por idade e muito tempo de serviço prestado na Prefeitura de Assaré. Nos dias de hoje, encontra-se com problema de saúde, porém falou que se o grupo religioso voltasse, ele participaria de novo, pois mantém sua fé viva e fervorosa.



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MESTRE: Mario Francisco Pereira da Silva
Nome Artístico: Seu Mário Luzia
Ofício: Mestre do pau da bandeira.

BIOGRAFIA DO MESTRE.


        Mário Francisco Pereira da Silva (Mário Luzia) é mestre do pau da bandeira. Nasceu em 10 de outubro de 1929, sendo filho de Francisco Pereira da Silva e Maria Luzia da Conceição, e tem como irmãos: Raimundo Pereira da Silva, Vicência Pereira Rogério, Luzia Pereira da Silva, Tereza Pereira da Silva e Geraldo Pereira da Silva. Casado, agricultor e teve 10 filhos: Antônio Pereira da Silva, Francisco Pereira da Silva, Maria de Fátima Pereira da Silva, João Pereira da Silva, Antonio Domício Pereira da Silva, Afonso Pereira da Silva, Maria Socorro Pereira da Silva, Antonia Lucia Pereira da Silva, Vera Pereira da Silva e Francisca Pereira da Silva (falecida), sendo reconhecido como mestre da cultura em 2008.
Seu Mário, quando criança, já acompanhava o cortejo do pau da bandeira, mas quando tinha 40 anos de idade, foi convidado para ser encarregado do pau da bandeira, juntamente com sua família. O convite foi feito pelo padre Manoel Alves Feitosa. O pau da bandeira é tirado na mata, no dia de lua cheia onde o mesmo fica entre 15 a 20 dias, pois assim o pau não cede.
A família de Seu Mário tira terços e benditos em volta do pau e, depois, o trazem para a sua residência, no Bairro José Dodô, na Sede do Município, da qual, no mesmo dia, é levado em procissão até a Igreja, onde é fixado ao solo e hasteado, a bandeira de Nossa Senhora Das Dores, padroeira de Assaré. Os instrumentos usados por Seu Mário, para retirar o pau na mata são: machados, foices, etc.
Seu Mário, hoje, é aposentado por idade, e ainda acompanha o pau da bandeira de moto, pois com a idade avançada e a pouca visão não consegue mais seguir a procissão a pé. Hoje, seus filhos Antônio e Francisco são os encarregados desse trabalho.
Por essa tradição, Seu Mário Luzia recebe da Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto à Gestão Municipal de Assaré, o título de Mestre pelos Fazeres e Saberes Populares da Cultura Assareense.

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MESTRE: José Pinheiro de Morais
Nome Artístico: Seu Deca Pinheiro
Ofício: Irmandade de Nossa Senhora (PENITENTES DO GENEZARÉ).

BIOGRAFIA DO MESTRE.

    José Pinheiro de Morais, nascido em 02 de maio de 1935, na Cidade de Cedro-CE, filho dos agricultores, Seu Miguel Pinheiro de Morais e Dona Francisca Alves Sales, sendo seus irmãos: Vicente Pinheiro de Morais, Assis Pinheiro de Morais, Manuel Pinheiro de Morais, Raimundo Nonato Pinheiro de Morais, Damião Pinheiro de Morais, Paulo Pinheiro de Morais e Luiza Pinheiro de Morais.
Casado com Dona Helena Oliveira de Morais (Irene), tem seis filhos: Maria Oliveira Gomes, Francisca Oliveira Duarte, Laene Oliveira de Moraes, Francisco Dias Pinheiro, Miguel Pinheiro de Morais e Antônio Oliveira de Morais. Descobriu a vocação ainda jovem, quando observa o seu espelho, que era seu pai, que já era penitente, fato que Deca só ficou sabendo depois, porque, segundo tradições mais antigas, o penitente não poderia se “mostrar” nem mesmo para a família e, assim, seguia o grupo nas “tiradas de esmolas”.
Até aos 12 anos de idade, nenhum membro da família sabia que o pai era penitente. Só descobriram a tradição do pai, depois que o mesmo adoeceu. Aos 14 anos de idade, recebe seu primeiro “vestuário” e os “cachos” do pai, e, neste ato, há a afirmação que a tradição foi herança repassada, pois recebeu influências do avô e do pai que haviam sido penitentes.  Logo após o falecimento do seu genitor, Deca Pinheiro reconhece a vocação de penitente, seguindo um senso de tradição muito forte, o que, na atualidade, vem tentando repassar para os netos.
De acordo com o Mestre Deca Pinheiro, “ser penitente é vocação” e “sua origem tem base no sofrimento de Cristo”. Dentro do contexto do grupo, nenhum membro pode consumir bebida alcoólica e assim estar sempre em busca de Deus, para iniciar com as suas apresentações.
Pela fé e dedicação em preservar a cultura do seu povo, o senhor Deca Pinheiro, faz-se merecedor ao título de Mestre da Cultura Popular do Assaré, conferido pela Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal de Assaré, sendo também Tesouro Vivo do Estado do Ceará - Mestre da Cultura do Estado do Ceará.



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MESTRE: Joaquim de Holanda Duarte
Nome Artístico: Joaquim Camilo
Ofício: Irmandade de Nossa Senhora (PENITENTES DO GENEZARÉ).

BIOGRAFIA DO MESTRE.

Joaquim de Holanda Duarte (Joaquim Camilo), mestre penitente do Genezaré, nasceu em 08 de outubro 1948, natural de Lavras da Mangabeira, filho de Camilo Antônio Duarte e Manoela  Bezerra de Holanda, família composta por sete irmãos, sendo eles: Francisco de Holanda Duarte, José de Holanda Duarte, Josefa de Holanda Duarte, Maria de Holanda Duarte, Luiz de Holanda Duarte, Maria Das Dores de Holanda Duarte e Joana de Holanda Duarte. Agricultor, casado com Dona Antônia Laurinda Ferreira Duarte, constituindo uma família de 11 filhos, seis mulheres e cinco homens sendo eles: Emanuela Ferreira Duarte, Zumira Ferreira Duarte, Francisco Ferreira Duarte, Cicero Ferreira Duarte, Maria Ferreira Duarte, Antônio Ferreira Duarte, Vanildo Ferreira Duarte, Camila Ferreira Duarte, Luiza Ferreira Duarte, Joaquim Holanda Duarte Filho e Delvanir Ferreira Duarte, residentes no sitio Cacimba do Mel.

Começou a ser penitente com 22 anos, criou gosto pelo ofício, pois seu pai cuidava de um grupo de penitentes. Vindo morar no Genezaré, trouxe consigo suas crenças e costumes, ajudando assim a formar o grupo de penitentes do Genezaré que hoje é composto por 08 pessoas, entre as quais, existe um decurião que é responsável pelo grupo, pelas penitências e pelo autoflagelo. Os outros são acompanhantes, que caminham em procissão, com cânticos. Os instrumentos usados na arte de penitente são: a calça ou opla, o cacho da disciplina, que é um chicote com pontas de aço para fazer penitencia, e o capacete que é um gorro para cobrir a cabeça. Hoje, seu Joaquim ainda exerce suas funções como penitente, é aposentado, vive da agricultura e pecuária, se tornou Mestre da Cultura em 2011. Pela fé e dedicação em preservar a cultura do seu povo, o senhor Joaquim de Holanda Duarte (Joaquim Camilo), se faz merecedor ao título de Mestre da Cultura Popular do Assaré, conferido pela Secretaria de Cultura,Turismo, Desporte e Lazer e Gestão Municipal de Assaré.

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MESTRA: Francisca Chagas da Costa
Nome Artístico: Dona Chaguinha
Ofício: Mestra de Tradição Religiosa de Assaré (Cânticos)

BIOGRAFIA DA MESTRA.



  Francisca Chagas da Costa (Dona Chaguinha) nasceu em 24 de maio de 1950, no Sítio Umbuzeiro, Município de Tarrafas. Filha de Emídio Alves da Costa e Salvina Batista da Costa, cuja família era composta por mais 03 filhos: Luiz Valdeci da Costa, Espedita da Costa Paz (Edite) e Marilia Batista da Costa. Casou-se em 24 de outubro de 1972 com Francisco Lourenço da Silva (Dedé de Sinval) e tiveram 04 filhos: Maria Girlândia da Costa, Maria Iolanda Costa, Francisco Gilberlândio da Costa e José Gilcernio da Costa (Gilcerlândio).
Aos 12 anos de idade começou a fazer trabalhos religiosos nas capelas de São Vicente e de Caiçara, no Município de Tarrafas, por morar no Sítio Rozeiro, que ficava nas proximidades.
Em 1976, veio embora para Assaré e começou a frequentar a Igreja Católica, conhecendo o Padre Manoel Alves Feitosa. Foi convidada para fazer parte do coral da igreja, que já existia, sendo composto por Socorro Rosado, Célia Paiva, Clarisse, Valdelice e outras. A função era de cantar nas missas, nas novenas, na coroação e ensinar os jovens nos ensaios, também se apresentavam com o padre nos distritos de Assaré. Chaguinha começou a gostar de ser cantora, tendo feito vários cursos como de liturgia e música, no Crato.
No ano de 2000, também coordenou o grupo Nossa Senhora de Fátima, que tinha 47 crianças aprendendo as rezas e hinos religiosos. Ela se apresentou em Juazeiro do Norte, Milagres, Rio de Janeiro e vários outros lugares. Depois de muito tempo fazendo trabalhos no coral da igreja, passou a cantar no 1º e 3º domingos mensais, nas missas realizadas na Paróquia Nossa Senhora das Dores de Assaré-CE.
Em 13 de Abril de 2010, sofreu muito com a morte de seu marido, mas continuou cantando nas apresentações da Igreja.
No dia 01 de março de 2012, foi homenageada como mestra da Cultura dos Saberes e Fazeres em Religiosidade de Assaré.
Título concedido pela Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal de Assaré.
  

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MESTRA: Francisca Fernandes da Silva  ( IN MEMORIAM )
Nome Artístico: Dona Santa Rezadeira
Ofício: Mestra em Religiosidade

Francisca Fernandes da Silva, popularmente conhecida por Dona Santa, nasceu dia 03 de junho de 1927, é natural da Paraíba. Perdeu sua mãe, logo após o nascimento. Seus avós a acolheram e lhe criaram. Teve uma infância com muita dificuldade, se é que ela teve infância, pois trabalhava para ajudar nas despesas da casa e, diante de tal sofrimento, casa-se com 13 anos de idade. Teve 30 filhos, mas só sobreviveram 09.
No início do seu casamento, ela observava atentamente seu tio Sebasto, que rezava em pessoas acometidas de vários tipos de enfermidades e que lhe procuravam a fim de receberem uma graça, curando-se de suas doenças.
Dona Santa resolve seguir o seu tio Sebasto, fazendo o bem para as pessoas da época. Onde ela morava, não tinha assistência médica e, por esse e outros motivos, ela passou a praticar o ofício da reza, quando tinha apenas 14 anos de idade, exercício esse, aceito por toda a comunidade. Sofreu resistência de seu marido e de alguns familiares, porém ela não desistiu de seu oficio até o fim da vida. Foram 30 gravidezes, porém seus filhos sobreviventes foram: Maria Fernandes da Silva, Luiz Fernandes da Silva, Severino Fernandes da Silva, Josefa Fernandes dos Santos, Cicero Fernandes da Silva, Assis Fernandes da Silva, Lúcia Fernandes da Silva, Francisca Fernandes da Silva Filha e Pedro Fernandes da Silva. Criou os netos: Emanuel Fernandes da Silva, Luzinete Fernandes, Carlinhos Fernandes, entre outros, que fizeram da casa de Dona Santa moradia. Lá era o aconchego, onde podia faltar conforto, mas não faltava calor humano.
Dona Santa, em sua residência, recebia todos os dias várias pessoas para que ela praticasse o bem, sem olhar a quem:  a reza.  Pacientemente, sempre atendeu a todos praticando o dom que Deus lhe deu. Nas rezas ela usava folha de pião roxo e arruda. Ela revelou que, às vezes, usava uma cabeça de alho em seu bolso, pois ajuda, e sempre rezava uma oração específica para cada pessoa.
Segundo ela, sua reza só podia ser ensinada a pessoa do sexo oposto e não podia ser da família, por isso, nenhum de seus filhos podiam aprender suas orações.
Pela tradição e respeito a Dona Santa que a sociedade tem, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto à Gestão Municipal a homenageiam com o título de Mestra dos Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareense.



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MESTRE: Antonia Naylêe Costa Santana   ( IN MEMORIAM ) 
Mestra Dona Naylêe

Antônia Naylêe Costa Santana nasceu em Assaré-CE, no dia 12 de junho de 1939, filha de Marculino Martins da Costa e Maria das Dores Pereira Costa, de uma família de 04 filhos: ela, Antônia Naylêe Costa Santana; Maria Adeisa Ribeiro; Maria da Costa Mota e Antônio Ribamar Costa. Casou-se em 31 de Maio de 1961 com Aderson Alves Santana, e tiveram 02 filhas.
Dona Naylêe foi catequista, trabalhou na loja de Raimundo Dias, em Assaré, e,  aos 16 anos de idade, começou a fazer parte da Confraria de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro de Assaré, a convite do Padre Agamenon de Matos Coelho, da Paróquia de Nossa Senhora das Dores. Ela foi secretária e, depois, tesoureira por muito tempo. Era encarregada, também, das obrigações de visitar uma pessoa quando ficava doente, rezar o terço, e rezar o ofício da Imaculada Conceição, todos os sábados, às 17 horas, na Matriz. Dona Naylêe contribuiu com a Igreja, recebendo dos fiéis as suas “ofertas” as quais eram usadas para comprar velas, flores a serem utilizadas nas épocas de festa da Igreja e, também, para celebrar missas aos irmãos vivos e falecidos. Todos os anos, celebrava o novenário de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, na primeira semana do mês de julho, sendo que a sua data de comemoração é no dia 28 de junho.
Devota de Nossa Senhora das Dores, foi uma incentivadora da religiosidade no Assaré, com seu trabalho e exemplo para comunidade.
Devido os saberes e fazeres de Dona Naylêe, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal de Assaré reconheceu e atribuiu em vida o título de Mestra da Cultura Assareense em Religiosidade.



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MESTRE: Francisca Ferreira de Araújo   ( IN MEMORIAM )
Mestra Dona Francisca

Francisca Ferreira de Araújo nasceu no Sítio São Vicente, Município de Assaré, no dia 03 de abril de 1941, sendo filha de Maria Sabina da Conceição e Cícero Ferreira de Araújo. Casada com Pedro Brás do Nascimento, teve os seguintes filhos: Francisco Araújo do Nascimento, Cícero Ferreira do Nascimento e Maria Aparecida Ferreira do Nascimento.
Dona Francisca sai do São Vicente e vai morar no Papa-mel na propriedade de Vicente Liberalino. Lá, ela ainda jovem, religiosa fervorosa, conheceu a dança através de um tio chamado “Amâncio'', que era cantor de um grupo de folguedo.
Dona Francisca gostou e começou a participar como dançarina. O Grupo tinha 16 pessoas, 12 mulheres e quatro homens. Uma dança durava em torno de 24 jornadas. Uma jornada completava o círculo e durava uma média de duas horas.
Dona Francisca dedicou muitos anos de sua vida a essa tradição popular, pagando promessas e animando as comunidades próximas ao Papa-mel, chegando a dançar em outros municípios. A dança de São Gonçalo é uma tradição de cultura do Assaré e Dona Francisca foi umas das principais personagens dessa tradição cultural. Por esse motivo a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal lhe atribuíram o título de Mestra dos Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareense.



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MESTRE: Margarida Arrais do Nascimento    ( IN MEMORIAM )
Mestra Margarida Arrais

Nasceu em 27 de setembro 1918 em Assaré, filha de Alexandre de Matos, conhecido como ''Neném Arrais'', e Marieta Onofre de Souza. Margarida Arrais era filha de duas famílias influentes economicamente e politicamente: pelo lado materno, a família Onofre, expressão no Município de Assaré e do lado paterno, a família Arrais, espalhada pelo Cariri e por todo o Sertão dos Inhamuns. Seu pai manteve relações políticas com líderes de Jucás e Saboeiro, (na época era comum, quando não se resolvia as questões administrativas no diálogo, pegava-se em armas).
Foi nesse ambiente de disputa de poder, que nasceu Margarida Arrais. Perde sua mãe com quatro anos de idade, começa a vida sem o apoio materno e sem a presença da figura paterna, devido às constantes viagens. Mesmo assim, estudou com uma professora particular até a quarta série do Ensino Primário, dentro de sua casa.
 Aos 14 anos, perde seu pai que foi sepultado no mesmo túmulo de sua mãe no Cemitério São João Batista. Entre tantas dificuldades devido à ausência materna e paterna, Margarida procura, desde jovem, dar diretrizes à sua vida, tomando decisões, as vezes, contrárias aos homens de sua família. Postura que não era normal na primeira metade do século XX, onde a mulher tinha que ser submissa a quase tudo. Ela sempre reivindicava a liberdade feminina na sociedade em que vivia.
Defendeu suas ideias em defesa dos interesses políticos, herança de seu pai e em defesa do direito das mulheres que eram proibidas de participarem das decisões, de terem liberdade e direitos iguais, conquista contemplada na constituição de 1988.
Seu maior desafio veio com o casamento que aconteceu em 30 de dezembro de 1955, e perdurou por toda a vida, como exemplo de amor.
Era católica fervorosa, respeitando o código de ética da Igreja e todos os preceitos da fé cristã, tendo o padre como autoridade e seguindo os mandamentos da Igreja. Foi batizada pelo padre Emílio Cabral. Sucederam-se párocos com comportamentos diferentes, mas ela sempre respeitou as diferenças e, principalmente, o dogmatismo da Instituição. Enquanto pôde, além de participar de missas e festas, ela enfeitava o altar de Nossa Senhora das Dores, durante 42 anos, trocando flores artificiais por naturais, sendo a troca diária. Fundou o grupo de oração da Divina Misericórdia, coordenou e criou um projeto para adquirir dinheiro, comprando a imagem de Jesus da Misericórdia. Sempre foi responsável pela organização do altar de Nossa Senhora das Dores, passando a responsabilidade para sua filha Maria das Dores, que a pratica até hoje.
Em 1956, começou a montar um presépio em sua residência, realizando um sonho e até hoje sua filha conserva a construção anual desse espaço religioso, em memória à sua mãe, preservando a cultura da religiosidade popular de Dona Margarida Arrais.
A partir de 1957, criou e coordenou o grupo da Lapinha com a ajuda de Dona Ligia Firmeza.
Dona Margarida Arrais trouxe no sangue o fervor político, tanto do lado paterno como do materno. Mesmo perdendo seus genitores muito cedo, ela acolheu essa paixão familiar: sempre, teve a família ‘‘Catonho’’ como adversária política nas disputas partidárias. Viveu o período dos intendentes, das eleições para prefeito e da ditadura getulista, onde os conflitos eram constantes.
O Assaré também tinha suas disputas e Margarida Arrais, apesar de ser de um sexo discriminado, sempre esteve presente nos debates políticos, com pensamento e disputa bem definidos. Passando a ditadura militar, um grupo de líderes se reunem para dar andamento à política no Assaré, entre eles estavam: Vicente Torquatro do Amaro, Alencar Severino da Aratama, José Cândido e Chico Rogerio de Tarrafas. Euclides Onofre e Padre Agamenon Coelho decidiram colocar Dona Margarida como candidata a prefeita, e por ser única mulher da época filiada a um partido político e com poder de articulação. Ela não aceita e sugere o nome de Raul Onofre, seu primo, a ser o candidato. A partir desse momento, sempre esteve em defesa do grupo político de Raul Onofre, abandonando o grupo por questões pessoais, na eleição de Raul Onofre e João Bantim de Tarrafas verso Pedro Gonçalves.
         Nas questões humanitárias, ela sempre atendeu aos menos favorecidos dos sítios e periferias. A sua casa foi espaço de acolhimento tanto de filhos adotivos como de pessoas que, passeando ou trabalhando na cidade, procuravam e eram acolhidas. Ela lutou, de forma pratica, pelos direitos das mulheres, engajando-se nos movimentos sociais em nome do bem-estar do povo assareense. Por esse motivo, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal lhe atribuíram o título de Mestra dos Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareense.


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MESTRE: Maria Deusa e Silva Almeida    ( IN MEMORIAM )
Mestra Dona Deusa

Maria Deusa e Silva Almeida, natural de Assaré, nasceu no dia 08 de março de 1926, filha de Maria Santana de Souza e Manoel José do Nascimento, popularmente conhecido por Manuel Prudêncio. Dona Deusa foi, desde criança, educada dentro dos costumes da família e atendendo aos ensinamentos da Igreja Católica, da qual participava. Aos 08 anos de idade, ela já estava envolvida nos afazeres da Igreja, colaborando com o Padre Sabino no que era possível a uma criança fazer.
Seus pais colocaram Dona Deusa na escola, onde estudou até concluir o 4º ano na ‘‘Escola Reunida de Assaré’’: esse era o maior nível escolar do Assaré. Para dar continuidade, só no Crato, porém, seu poder financeiro a impossibilitou de continuar os estudos.
Dona Deusa aprendeu que a Igreja fazia parte de sua vida, por isso jamais deixou de servi-la, independentemente do Padre ou de coordenadores da instituição. Ela servia, atendendo à sua fé.
Tornou-se professora, alfabetizando os filhos de vários moradores de Assaré, inclusive os filhos de Patativa, na Serra Santana. Na sua sala de aula tinha algo diferente: ensina-la ler, a escrever e a cantar. Educava com conceito morais e étnicos e levava aprendizagem religiosa para a sala de aula, instruindo a rezar, enfim uma verdadeira catequista e, ainda, ensinava seus alunos a dramatizar a história da Igreja Católica. Por isso, por anos foi coordenadora da Lapinha tendo, como incentivadora, sua professora e amiga Ligia Firmeza.
Com 20 anos de idade ela se envolvia e amava três ações: professora, coroação de Nossa Senhora e participação da Lapinha, o que a tornava uma moça realizada.
Na sua época, a tendência de toda moça era um casamento. Com Dona Deusa não foi diferente, surge em sua vida José de Abreu Almeida.
Dona Deusa, sempre decidida, gostou, namorou e casou-se formando uma família de três filhos: Maria Deusimar de Abreu, Maria Deusilar de Abreu (falecida) e José Abreu Filho. Com o casamento, abandonou suas atividades? Jamais. Aumentou, com o marido participando do Cursílio de Cristandade com outros casais (semelhante ao ECC).
A convite de sua filha Deusilar realizou coroações na Cidade de Fortaleza, com visitas domiciliares e festa final, coroando Nossa Senhora de Fátima.
Através do Padre Manoel Feitosa, fez vários cursos de aperfeiçoamento para leigos da Igreja.
Com toda dedicação à igreja e à família, ela exercia outras funções como: feirante, com banca na feira, e vendedora de comida, para ajudar manter as despesas familiares.
por seu desvelo pela coroação de Nossa Senhora e pela Lapinha, que lembra fortemente Dona Deusa, no verso inicial:
‘‘Vamos todos para Belém,
Ao Deus Menino adorar,
Vamos, o que será, ora vamos ver,
Muito que admirar, o que vamos ver,
Vamos ver Maria, ora vamos ver,
A Jesus também, ora vamos ver,
A Jesus também, ora vamos ver...’’
(Caderno de cânticos de Dona Deusa) 
E no verso final que diz:
‘‘Adeus meu menino!
Adeus que me vou!
Até para o ano,
Se nós vivos for!
Essas palhinhas
Que vão se queimar...’’

Por esses motivos, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto à Gestão Municipal do Assaré lhe atribuem o título de Mestra dos Saberes e Fazeres da Cultura Assarense.


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MESTRE: Maria Aparecida Amadeu da Silva     ( IN MEMORIAM )
Mestra Maria Paulista

Nascida em 15 de novembro de 1939 na cidade de Santo Anastácio, no Estado de São Paulo, Maria Aparecida Amadeu da Silva, conhecida em nossa comunidade como “Maria Paulista”, é descendente de italianos. Filha de Pedro Amadeu e Antônia Narezze, cresceu e passou parte de sua infância em sua cidade natal, depois se mudou com seus pais para cidade de Marialva no Estado do Paraná, onde passou o resto de sua infância e adolescência. Trabalhou com seus pais e irmãos na colheita do café por vários anos.
Conheceu José Justino da Silva, nascido na Cidade de Santana do Cariri, Estado do Ceará, sendo mais um cidadão que estava naquela cidade à procura de trabalho. Casaram-se e foram morar na Cidade de Maringá – PR. Dessa união nasceram três filhos: José Edson da Silva, João Eder da Silva e Maria Edna da Silva, os três paranaenses.
Em 1976, seu José Justino idealizou sua volta à terra natal, o que, pouco tempo depois, viera a acontecer. Porém, Dona Maria e seus filhos foram para a Cidade de Campinas, Estado de São Paulo, ficar com seus familiares, até seu José Justino organizar as coisas por aqui.
Dona Maria Paulista, com sua religiosidade veio morar no Nordeste, possuindo duas tradições culturais fortíssimas, que são as promessas aos santos e a reza para a cura de males como: dor de cabeça, quebrante em criança, espinhela caída, torção em alguma articulação etc. Sempre foi requisitada pela população local para fazer suas orações nas pessoas que lhe procuravam, onde gentilmente fazia o atendimento de forma gratuita, pura e simplesmente com a certeza de estar agradando a Deus, quando atendia às pessoas.
Em maio de 1976, veio morar com seus filhos em Assaré. Católica fervorosa, Dona Maria jamais deixou de ensinar aos filhos a doutrina cristã e os princípios morais da vida. Com o tempo, começou a rezar em crianças e, daí em diante, de forma geral, herdou as orações que rezava de sua avó, uma senhora italiana de nome Ana Isnhavolin, que dizia a ela que se começasse a praticar o dom de rezar, só parasse por motivo de saúde, e foi o que aconteceu.
No dia 04 de julho de 2008, dona Maria falece. Para os familiares, ela nunca deixará de ser a supermãe Dona Maria Paulista e, para aqueles que a admiravam, a amiga inesquecível.
Por esse motivo, a Gestão Municipal e a Secretária de Cultura, Turismo, Esporte e Lazer lhe conferiram o título de Mestra da Cultura do Município de Assaré.



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MESTRE: Maria Regina do Nascimento    ( IN MEMORIAM )
Mestra Dona Regina

Dona Maria Regina do Nascimento nasceu no Assaré, no dia 4 de maio de 1904. Desde jovem foi uma mulher decidida em tudo que fazia e queria fazer.
Casou-se muito jovem, isso era comum na sua época. Mãe de 11 filhos, que são: Antonio Ferreira do Nascimento, Lauda Ferreira do Nascimento, João Ferreira do Nascimento, Eldo Ferreira do Nascimento, Elda Ferreira de Souza, Telma Ferreira de Lima, Selma Ferreira de Melo, Francisca Ferreira do Nascimento, José Ferreira do Nascimento (Feijó), Raimundo Ferreira do Nascimento e Emídio Ferreira do Nascimento (Emilio).
Maria Regina teve um marido que não respeitava o sacramento do matrimonio, deixando sua esposa muito chateada. Motivo este, que a fez tomar uma decisão radical, abandonar o marido e ficar ao lado de seus filhos, educando de acordo com os princípios éticos e morais.
Já pensou como foi difícil para uma mulher jovem enfrentar esse desafio na década de 20? Porém, Dona Regina trabalhou muito na roça, criou gado e colocou um pequeno comércio e trabalhava junto aos filhos, ensinando a sobreviverem honestamente, experiência que levaram para vida adulta.
Além de criar seus filhos com dignidade, nunca mais adquiriu outro companheiro em sua vida para não contrariar a educação de sua família. Além de tudo isso, criou filhos de outras pessoas porque eram abandonados ou passavam necessidade financeira. A regra na casa de dona Regina era dar comida a quem tem fome.
Na sua época, médicos não existiam no Assaré, às vezes, somente a passeio. Dona Regina nasceu com o dom da cultura milenar de parteira, herança de seus ancestrais.
Quantas vidas de mulheres foram salvas, quantas crianças foram recebidas pelas mãos habilidosas de dona Regina. Que fosse rica ou pobre; que fosse dia ou noite; que estivesse fazendo sol ou chovendo; que fosse longe ou perto; que fosse a pé ou a cavalo; que seus filhos estivessem doentes ou sadios; quando lhe convidavam, ela estava pronta e gratuitamente fazia os partos e salvava vidas. Uma demonstração de solidariedade com sua comunidade. Sempre foi respeitada na Cidade do Assaré. Tanto que muitos lhe chamavam de ‘‘mãe’’ Regina. Por esse motivo, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal lhe conferiram o título de Mestra do Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareense.



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