MESTRE: Maria Ozemira Rodrigues Prudêncio
Nome Artístico: Dona Bibita
Ofício: Artesanato
Maria Ozemira Rodrigues Prudêncio,
dona Bibita, assim conhecida em Assaré, nasceu no dia 13 de março de 1947, em
solo assareense.
Filha de pais humildes: Joaquim
Pereira Lima, (seu Joaquim de Cota) um exímio profissional em couro (em
especial sela e arreio de cabeça) e Maria Azevedo Rodrigues, mulher honrosa e
cuidadora dos afazeres domésticos. O casal teve outros filhos: Francisco
Rodrigues Pereira, Maria Ozemita Rodrigues (Loura), Antonia Rodrigues, Antonio
Rodrigues Pereira (Mulico), Alzir Rodrigues Pereira e Maria de Fátima Rodrigues
Nogueira.
Gostava de estudar e concluiu o curso primário no Colégio Almir Pinto, mas
a continuidade nos estudos foi interrompida porque Bibita não dispunha de
recursos financeiros para ingressar no curso ginasial, haja vista que, naquela
época, teria que sair de Assaré.
Com a mãe, aprendeu a fiar e fazer
crochê e, a partir dos dez anos, foi chamada de “musa da arte” pela comunidade
do Município de Assaré.
Aos quatorze anos, já era
costureira e bordadeira profissional. Daí por diante diversificou sua arte,
confeccionando roupas para adultos e crianças, bonecas de pano, bolsas em
crochê, toalhas, varanda de redes, peças para escorar portas em forma de
animais, peças para os brincantes de quadrilhas juninas, entre outras.
É casada com Antônio Carlos
Prudêncio, com quem teve quatro filhos, que são: Francisca Alvenir Prudêncio,
Antônio Carlos Prudêncio (Junior), Maria Carla Isabel Prudêncio e Emanuel
Rodrigues Prudêncio.
Católica e participante dos momentos
religiosos, Bibita é simpatizante da arte de representar. Essa vocação a levou
acompanhar um Grupo de Lapinha, que há 34 encena peças natalinas em ruas,
capelas rurais e casas de família.
E,
em comunhão com as ações religiosas, descobre outra arte: compor música. E essa
história de compositora é contada assim pela própria Bibita. “Faltavam alguns hinos
para alguns personagens da lapinha e, como não consegui encontrá-los na Igreja
Matriz local e até na Diocese, eu mesma os compus’’.
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MESTRE: LUIZ RAFAEL ALENCAR
Nome Artístico: Mestre Durão do Couro
Ofício: Artesanato em Couro.
BIOGRAFIA DO MESTRE.
Mestre Durão nasceu no dia 14 de
outubro do ano de 1941, no Sítio Macambira, na época, Município de Saboeiro e,
hoje, de Antonina do Norte. Foram seus genitores, o senhor José Rafael de
Alencar e Luzia Delfina de Alencar, de tradicional família da localidade.
Na adolescência, Luiz seguia a
vocação do pai: a agricultura familiar. Por conta das constantes secas nas
décadas de 1940 e 1950, seu José e dona Luzia, que formaram uma grande prole,
no total de nove filhos, sete legítimos e de dois de criação, abandonaram o
Sítio Macambira e se instalaram no Sítio Função, às margens do Rio Bastiões.
Seu José conhecia bem a região, por ser filho do Assaré. Depois de uma
temporada que durou dois anos, no Sítio Função, já cansado de constantes secas,
resolveu emigrar com a família para o Estado do Maranhão.
No mesmo ano, como cearense
destemido, seu José enfrentou a roça. No final do inverno, colhera 300 sacas de
arroz, mas não encontrou comprador. Desiludido com a agricultura reuniu os
filhos para dar ciência de uma decisão que tomara: daquele dia por diante não
seria mais agricultor, e sim, pedreiro. Mandou que os filhos procurassem uma
profissão. Tomaram o conselho. Os três primeiros resolveram seguir o pai na
arte de pedreiro e Luiz, como não gostava de sol quente, interessou-se pela
profissão de sapateiro. As irmãs aprenderam a arte de modistas.
Naquela época, na cidade em que a
família morava, São Domingos do Maranhão, existia inúmeras oficinas de
sapateiros e alfaiatarias, que abasteciam outros municípios do mesmo Estado.
Entre os artesãos do couro, estava o paraibano, conhecido por mestre Duda, a
quem Luiz se apresentou, oferecendo-se para trabalhar sem remuneração, porque
em troca queria aprender a profissão.
No ano de 1956, com 16 anos de
idade, mestre Duda lhe passou a pronto, isto é, o declarou profissional na arte
de sapateiro, passando ele a viver exclusivamente dessa arte. Durante quatro
anos, calçou os tiradores de coco com caprichosas alpargatas. Ao mesmo tempo,
fazia chinelas para as mulheres quebradeiras de coco babaçu.
No ano de 1960, a família regressa
ao Ceará. Naquele mesmo ano, o coureiro Jaime Monte Pereira instalara a sua
oficina de artesanato em sola e couro cru para confeccionar sapatos,
alpargatas, chapéus de couro, arreios para animais e peças por encomendas. Ao saber que Luiz regressara do Maranhão, foi
à sua procura. Com Jaime trabalhou 2 anos e o mais interessante: aprendeu a
fazer o sapato carnal com o mestre Hermes, um gênio nesta arte, segundo
afirmação do próprio Luiz.
Em 1963, saiu de Assaré para
trabalhar na oficina do mestre Zuca Gomes, no Itaguá, distrito de Campos Sales.
Por lá, passou quatro anos e mais quatro anos no Distrito de Carmelópolis, na
oficina de Antônio Xerém.
No ano de 1973, volta ao Assaré
para trabalhar com o mestre Zeca Mundé, durante três anos. De 75 a 77,
trabalhou em Antonina do Norte com o mestre Lolácio.
Em 1977, casou-se e fixou-se
definitivamente no Assaré. Daquele ano em diante, não trabalhou mais de
empregado. No entanto, continuou produzindo peças para Jaime Monte, que hoje
continua com Pelé, seu filho, como terceirizado. Da mesma forma, para Expedito
Celeiro e outros profissionais ou comerciantes da área. Entre os anos de 2015 e 2016, confeccionou
200 pares de sapatos carnais sob encomenda de um comerciante da Espanha, como
também para outro de Aracaju, sem contar com as encomendas locais.
Hoje, está aposentado, mas não
pensa na idade. Aos 75 anos, acorda muito cedo, abre a sua oficina no Mercado
Público e trabalha o dia inteiro, dando a qualidade artística às suas peças.
Não lhe faltam encomendas para sapatos carnais. Por conta disso, há muitos anos
parou de confeccionar alpargatas e chinelas.
Mestre Durão, há 40 anos, é casado
com a senhora Maria Estela Pinheiro Alencar com quem tem a filha Adriana
Richelma Pinheiro Alencar e um neto Mayron Pinheiro Alencar.
A história do pseudônimo Durão.
Conta Luiz que, em 1942, estava ele
com um ano apenas, quando fora aberta a estrada Iguatu a Campos Sales. Entre os
encarregados da obra, encontrava-se um Luiz, sujeito bastante exigente e
aborrecido, a quem os trabalhadores o alcunharam de Durão. Certo dia, Jesus
Linard, que era primo da sua mãe, o encontrou bastante enfurecido. Então
dissera Linard à dona Luzia: “Este menino parece o Luiz Durão da estrada”.
Então veio o apelido que lhe acompanha pela vida inteira. De início, somente
Durão, mas, com passar do tempo, veio a perfeição na arte. Então, o próprio
povo criou o Mestre Durão.
O mestre Durão requer a sua
cidadania assareense todos os dias. Jamais admitiu se distanciar da terra que
tanto ama. Conta ele que, convidado por amigos, certa vez, foi embora para uma
cidade no Estado da Bahia. A perfeição das suas peças artesanais causou
admiração. Queriam levá-lo a Feira de Santana, onde ficaria definitivamente
trabalhando. Mas, a saudade do Assaré lhe convidou a voltar rapidamente. A sua
aventura nas terras de Castro Alves durou somente três meses. “Meu pai é filho
do Assaré e aqui tenho mais de 60 anos de residência. Não há como contestar que
sou assareense”, costuma dizer Mestre Durão.
Sobre o que lhe entristece, o
mestre se emociona ao lembrar que um dia vai ter que parar. E, mais ainda,
porque sente que os jovens não se interessam tanto pelo artesanato. Segundo
ele, as máquinas são essenciais à produção de mercado. Mas, a cultura está no
calçado artesanal. No mesmo sentido, afirma ele que o Assaré sempre teve no seu
solo os maiores artesãos do Brasil em couro, ferro e madeira.
Pela dedicação à sua arte. Pela
luta em preservar a cultura do seu povo, Luiz Rafael Alencar, se faz merecedor
do título de Mestre da Cultura Popular do Assaré, que o Poder Executivo lhe
conferiu honrosamente.
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MESTRE: Francisca Maria da Silva
Nome Artístico: Dona Francisca Louceira
Ofício: Artesanato em barro.
BIOGRAFIA DA MESTRA.
Francisca
Maria da Silva (Dona Francisca do Barro), nasceu em 05 de agosto de 1957, em
Assaré - Ceará, onde também reside, sendo filha de Sebastião Martins de Moura e
Maria de Jesus e tem como membros de sua família, 09 irmãos: Miguel Martins de
Moura, Raimundo Martins de Moura, Antônio Martins de Moura, Manuel Martins de
Moura, Terezinha Martins de Moura, Maria Martins de Moura, Zefinha Martins de
Moura, Socorro Martins de Moura e Antônia Martins de Moura. Começou a fazer
artesanato em barro com 07 anos de idade, ofício esse adquirido com sua avó,
sendo, o artesanato em barro uma tradição, em sua família, que vem sendo
passado a cada geração.
Suas
incentivadoras foram sua mãe e sua avó, que era índia com nome de Maria. Com o
passar dos anos, e com o seu aperfeiçoamento na arte de barro, ela foi se
profissionalizando e iniciou a fase de comercializar suas peças, depois que
casou e teve dois filhos: Luiz Alves da Silva e Maria Alves (Toinha), e assim
gerando uma renda familiar, através das vendas das suas peças de artesanato em
barro, herança indígena do Maranhão. Já são mais de 40 (quarenta) anos que Dona
Francisca trabalha com barro (argila).
Todos
os dias, pela manhã Dona Francisca se encontra, na Praça do Mercado Público de
Assaré, vendendo obras de arte em barro. Nossa mestra, além de louceira, também
é agricultora aposentada, e foi reconhecida como Mestra da Cultura no ano de
2007.
A
Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal
reconheceram e atribuiram o título de Mestra da Cultura Assareense.
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MESTRE: Aldízio Gonçalves da Silva ( IN MEMORIAM )
Mestre Aldízio Ferreiro
Aldízio Gonçalves da Silva, o Mestre Aldízio, nasceu no dia 2 de agosto de 1927, na Cidade de Assaré, Ceará. Era pai de 15 filhos, com inúmeros netos e alguns bisnetos. Filho de João Gonçalves da Silva e Maria das Dores da Conceição, viveu boa parte de sua vida na Serra de Santana, sendo que, aos 43 anos, mudou-se para o Distrito do Amaro, também no Município de Assaré.
Entre as décadas de 1960 e 1970, os tempos eram difíceis, sobretudo por causa da seca e, muitas vezes, Mestre Aldízio fazia o percurso entre Serra de Santana e Amaro a pé. Em outras ocasiões, os filhos, ainda pequenos, lhe esperavam próximo à localidade da Bonita para levar os insumos que ele conseguia para casa.
Mestre Aldízio dominava o ofício de ferreiro e realizava muitos serviços, em sua pequena ferraria no Amaro. Era conhecido pela destreza em manusear o ferro e extrair as mais belas e variadas peças, para uso de seus companheiros, trabalhadores do campo. Com a matéria-prima na mão, dava vida a esporas, foices, machados e todo tipo de obra que se pudesse imaginar, a partir do ferro.
Com os filhos crescidos e morando no Sul em busca de melhores condições de vida, mestre Aldízio passou a viajar com frequência para visitá-los. Mesmo nesses momentos de passeio, não deixava de lembrar-se de seu ofício e de sua oficina. Andava pelas ruas da cidade grande, observando se havia algum pedaço de ferro ou qualquer outro material que pudesse levar, para aproveitar e dar forma em sua ferraria. Além disso, sempre trazia algo novo para incrementar o seu negócio. Grande foi sua alegria, quando os filhos lhe presentearam com uma máquina de solda, que era um sonho antigo do velho ferreiro.
No final da década de 1990, o mestre ferreiro passou a morar na Sede do Município de Assaré. Montou sua oficina na Rua Dr. Paiva, onde recebia as encomendas, agora de toda parte da Cidade. Nos dias de feira, o pequeno espaço da ferraria ficava repleto de pessoas, que admiravam sua arte e sua conversa.
Sim, a sua conversa! Pois além de ser um exímio ferreiro, Mestre Aldízio era ‘‘Senhor das Anedotas’’. Sujeito taciturno, de poucas palavras, sempre soltava uma de suas piadas, criadas instantaneamente, com a precisão de um comediante nato. Não precisava registro escrito, nem apresentação formal para essa sua arte, pois sua marca era a caráter folclórico testemunhado pelas pessoas que tiveram a oportunidade de compartilhar desses momentos e, hoje, contam as suas histórias acompanhadas de boas risadas.
No dia 11 de fevereiro de 2013, o mestre partiu. Na madrugada, sereno, deu seu último suspiro sem poder contar mais uma de suas anedotas. Mas, suas histórias estavam na calçada, em seu velório, e ainda estão na boca do povo que reconhece a sua importância e o seu legado para a Cultura Popular. Por esse motivo a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal lhe condecoraram com o título de Mestre da Cultura Assareense.
BIOGRAFIA DO MESTRE.
MESTRE: Joaquim Pereira Lima ( IN MEMORIAM )
MESTRE: Maria Zilda Sampaio Mota ( IN MEMORIAM )
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MESTRE: José Juvêncio Pereira Leite
Nome Artístico: Juvêncio Artes
Ofício: Escultor e Artísta Plásticosua
José Juvêncio Pereira Leite (Mestre Juvêncio), natural de Jucás, Ceará, nasceu em 11 de janeiro de 1957, filho de José Xavier Leite e Terezinha Pereira Leite. O mestre Juvêncio é irmão de: Neuma Xavier Leite, José Xavier Leite Filho, Nereuma Xavier, Jocélio Xavier Leite, Nereide Xavier Leite, Janílson Xavier Leite e Antônio Pereira Leite. Toda a família se muda para o Assaré e mestre Juvêncio conquista um círculo de amizade, fazendo desta cidade, sua morada. Casou-se com Maria do Carmo e, do relacionamento, tiveram três filhos: Júnior, Ícaro e Martinha.
Mestre Juvêncio nasceu no meio artístico. Seu pai era hábil ferreiro, seu avô era ferreiro, trabalhava com ourivesaria, mas, nosso mestre desde pequeno teve paixão pela pintura e escultura.
A necessidade financeira lhe fez agricultor, pedreiro, ferreiro etc., questão de sobrevivência, mas, o sonho de seu pai era que ele herdasse sua profissão.
Quando garoto, seu robe preferido era: pintar personagens de desenho animado da televisão e revistas em quadrinho. Ele desenhava ou fazia esculturas, utilizando cera de abelha e barro (argila), seus desenhos sempre foram feitos em telhas de cerâmica e, às vezes, em alto relevo com durapox e, com isso, as pessoas começaram a adquirir seus trabalhos.
Mestre Juvêncio chegou ao Assaré aos 13 anos de idade, e deu continuidade aos trabalhos artísticos, em sua residência, local fixo de seu trabalho.
Hoje, é reconhecido em todo o Cariri e já foi visitado por espanhóis, franceses e alemães. Juvêncio possui um olhar clínico sobre troncos de árvores e espaços em paredes.
Mestre Juvêncio produz e estoca, em sua casa, muitas peças artísticas que às vezes abre para visitação ao público. Estando sempre à disposição de pessoas que queiram aprender sua arte. Vale ressaltar que seus filhos herdaram seu dom.
Por esse motivo, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal reconhecem Juvêncio como Mestre dos Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareense.
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MESTRE: Joaquim Pereira Lima ( IN MEMORIAM )
Mestre Joaquim de Cota
Joaquim Pereira Lima, nosso popular Joaquim de Cota, nasceu no Crato em 08 de julho de 1917 e recebeu o apelido de sua mãe que tinha o sobrenome de Cota. O filho de dona Cota tinha habilidade nos trabalhos manuais, chegando a fazer crochê com agulha de pau quando menino. Ele foi ferreiro e carpinteiro, porém, duas profissões que ele abraçou durante a vida foi a de agricultor e a de artesão em couro. O trabalho em couro começou aos 15 anos quando saiu do Crato, onde nasceu e, em 1945, adotou Assaré como moradia. Joaquim de Cota era um autodidata na criação de suas peças de forma artesanal. Foi um hábil fabricante de selas, selim, gibões, cinto de couro de cobra, arreios, bolsas, bainhas para facas, xaréus, etc.
A fama de Joaquim de Cota não estava na fabricação dos produtos e, sim, nos detalhes. Seus produtos foram vendidos no Cariri, no Ceará e no Brasil. Joaquim Pereira Lima, nosso popular Joaquim de Cota, casou-se com Maria Azevedo Rodrigues, união matrimonial que só foi separada com a morte. O casal teve os seguintes filhos: Francisco Rodrigues Pereira, Maria Ozenira Rodrigues, popularmente conhecida por (Bibita), Maria Ozemita Rodrigues conhecida por (Loura), Antônia Rodrigues, Antônio Rodrigues Pereira (conhecido por Mulico), Alzir Rodrigues Pereira e Maria de Fatima Rodrigues Nogueira. Essa é a família de Joaquim de Cota, à qual se dedicou durante toda a vida. Dominava a arte e sempre dividiu com quem se interessava e tinha o dom de aprender. Foram vários iniciantes, porém alguns tiveram sucesso ao aprender o artesanato em couro, por exemplo: Mulico, filho do artesão; Junior, neto; Joaquim de Azarias, amigo; Chico Catingueiras, genro; etc. O artesão fez sempre de sua oficina um espaço de visita e explicara as técnicas usadas para produzir o artesanato. Além da arte, era um contador de causo e, a noite, em vez de televisão, sentava na calçada e, quando provocado, não faltava uma história a ser contada. Por exemplo, diz seu Joaquim que: “quando era rapazinho gostava de andar de cavalo, levou um tombo foi no inferno, e viu o bicho ruim, e quando acordou tava em casa, e não pense que é brincadeira não, seu menino. Fiquei com o corpo tão quente, que passei três dias sem tomar banho porque o corpo não esfriava’’.
Mestre Joaquim de Cota, devido a sua habilidade e dedicação, na fabricação e no ofício de ensinar a arte em couro, recebeu da Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e da Gestão Municipal o título de Mestre dos Saberes e Fazeres Populares de Assaré.
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MESTRE: Maria Zilda Sampaio Mota ( IN MEMORIAM )
Mestra Dona Zilda
Maria Zilda Sampaio Mota (Dona Zilda) nasceu em Campos Sales em 19 de junho 1931. Filha de seu Mariano Fernandes Sampaio e de Antônia Lúcia de Alencar. Casou em 22 de janeiro 1955 com Raimundo Alencar Mota, com quem teve 02 filhos: Raimundo de Alencar Mota Filho e Lúcia de Fátima Sampaio Mota.
Passou no vestibular com 20 anos de idade para Geografia, mas faltaram cinco cadeiras para concluir o curso, devido a um problema de saúde de seu filho. Dona Zilda passou a infância em Assaré, depois de casada foram para Fortaleza, onde moraram 22 anos, e depois retornaram para Assaré.
Aos 30 anos de idade, fez o seu primeiro trabalho com bonecas pra colocar fósforos. Depois, começou a pintar jarros, quadros, bandeja de azulejos e outros. Aprendeu sua arte sem a ajuda de ninguém. Em 1962, comprou uma máquina de estufa em Recife, para trabalhar com as artes em pinturas. As ferramentas que utilizava eram: pincéis, lápis e tintas. As telas e as molduras eram feitas por seu esposo, e dona Zilda fazia somente a pintura.
Ela sonhava com pinturas e, no outro dia, começava a pintar o desenho que havia sonhado, sendo assim a sua grande fonte de inspiração artística. Vendeu muitos quadros, jarros e outras artes, principalmente para pessoas de Fortaleza, que gostavam muito do seu trabalho. Em Assaré, não teve muita aceitação, porque usava materiais importados, o que tornava o valor dos produtos mais caros e exigiam muita mão de obra, por exemplo, a pintura de quadros demora, em média, 08 dias para ficarem prontos.
Em 05 de Março de 2008, recebeu a homenagem de Mestra da Pintura em louça, na semana do Assaré em Arte e Cultura "Festa de Patativa”, pela Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal, pelos Saberes e Fazeres da Cultura Popular Assareeense.
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MESTRE: Raimundo Alencar Mota ( IN MEMORIAM )
Mestre Mundinho Mota
Raimundo Alencar Mota (Mundinho Mota) nasceu em Assaré, em 27 de janeiro de 1930, filho de Abel de Alencar Mota e Ana de Alencar. Casou-se com Maria Zilda Sampaio Mota, com quem teve dois filhos: Lúcia de Fátima Sampaio Mota e Raimundo de Alencar Mota Filho.
Aos 30 anos de idade, iniciou sua arte em madeira, fazendo porta copos e bandeja de madeira com azulejo. Aprendeu essa arte sozinho, sem incentivo de ninguém. Sua habilidade adquiriu respeito no Município todo, usando ferramentas simples como faca de mesa, serra e martelo, para bater os pregos nas armações de madeira, que têm um bom custo para o mercado local.
A madeira que utilizava para fazer uma arte, era cedro, compensados e outras fáceis de serem trabalhados.
Ele também se especializou em altares, andores de santos, tudo em madeira.
Sempre vendeu seus produtos nas feiras exposição do Crato e às pessoas amigas, que iam em sua casa comprar os produtos produzidos por ele.
No ano de 2009, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão Municipal lhe conferiram o título de Mestre da Cultura Assareense pelos Saberes e Fazeres Populares.
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