MESTRE: Maria Marluce Santana Vieira
Nome Artístico: Mestra Marlene
Ofício: Caretas e Malhação do Judas
BIOGRAFIA DA MESTRA
Maria Marluce Santana Vieira nasceu
no dia 02 setembro de 1968 na cidade de Iguatu, Ceará. Filha de Francisco Vieira de Macedo e de Antônia Muniz de Santana, Marlene, assim
conhecida, foi casada com Alceu Roldino Pereira com quem teve oito
filhos: Damiana Vieira Pereira; José Cleison Pereira; Clésia Vieira Pereira,
(Tatá); Antônio Clésio Vieira Pereira (falecido); Rita de Cássia Vieira
Pereira; Cícero Antônio Vieira Pereira; Kátia Vieira Pereira e José Vieira
Pereira (falecido nos primeiros dias de vida).
Como irmãos, Marlene registra
alguns “galhos genealógicos”: Maria Lúcia Santana Vieira, Maria Lucileide
Santana Vieira, Raimundo Santana Vieira, Antônio Juvenal Santana Vieira, Hugo
Santana Vieira e Maria Sueli Santana Vieira.
Fantasiados nas ruas, animados nos
sítios, com voz disfarçadas, armados de chicotes, chocalhos pendurados pelo corpo e aos pedidos de “uma
esmolinha pelo amor de Deus”, os caretas perambulam por vários dias, com o
objetivo de arrecadar as “esmolas” para realizarem a festa dos CARETAS, na
Comunidade da Serra de Santana, no Município de Assaré, Ceará.
Assim, nesse contexto cultural,
Marlene se relaciona como exímia representante dessa manifestação cultural, os
CARETAS, no resgate desse patrimônio imaterial, tão difícil nesse momento atual
que é a cultura brasileira.
Esse fazer cultural nasceu nos
quandos, na Serra de Santana, vindo, de fato a se enraizar no sítio São Félix,
também na Serra.
Tudo começou, quando um grupo
formado por crianças e adolescentes saíram de suas casas para desenvolver tal atividade:
a brincadeiras dos caretas. Nesse grupo de brincantes, dois adolescentes eram
filhos de Marlene. Entre subidas e descidas por vários caminhos, os meninos
tomaram direção incerta.
Mas, em casa, chegaram assustados!
A partir daí, com o incentivo de um
vizinho, seu Geraldo, o grupo folclórico se formou e permanece até hoje.
“Confesso que já tentei não mais
organizar o grupo, pois as dificuldades são demais. Mas por conta dos meninos,
todos são unidos, não parei.”
O grupo de MARLENE é muito
participativo e muito conhecido em Assaré e cidades circunvizinhas, haja visto
que, no período dos “trabalhos”, eles percorrem vários quilômetros, divulgando
nossa cultura e arrecadando “esmolas” para realizarem o dia da culminância do
projeto.
Mas, com a morte de um dos filhos,
Marlene deixa o São Félix e passa a morar no sítio Bonita, também na Região da
Serra de Santana.
A mudança de comunidade não altera
os planos de Marlene. Continua a organizar o grupo de caretas, mesmo
enfrentando algumas dificuldades. Ela diz: “o prazer tá no sangue de cada
brincante”.
Relata ainda que, sua filha Kátia
está sempre com o grupo em qualquer lugar para o qual se dirijam. Ela é um
braço forte nesses momentos. Não nega esforços.
Nos dias de pique, de andanças,
alguns dos brincantes se hospedam na sua própria casa com direito a merenda,
almoço, jantar e dormida.
Salienta ainda que, Cláudio de
Albenir é quem faz todo o percurso com os brincantes. Percurso esse, feito a
TRATOR. Esse meio de transporte leva e traz o grupo e as esmolas arrecadadas.
Não é um trabalho de andanças. É um
trabalho feito às custas de muito suor, pois em cada casa visitada o grupo tem
a obrigação de executar o PISEIRO – dança peculiar do grupo, em forma de
agradecimento.
Viúva a partir de 2014, MARLENE
continua na organização dessa manifestação folclórica, que representa tão bem a
nossa diversidade cultural, por que não dizer, nosso sincretismo religioso.
E no sábado de Aleluia os
meninos-homens CARETAS fazem um cortejo com um boneco de pano representando o
traidor Judas, para ser malhado na comunidade da Bonita.
Pela exposição desses fatos e pela
dedicação à Cultura Popular do Assaré, o Prefeito Municipal Francisco Evanderto
Almeida e o Secretário de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer de Assaré
Francisco Vagner Pereira Góis concedem o título de MESTRA dos Fazeres e Saberes
Populares, na modalidade DANÇAS FOLCLÓRICAS – CARETAS, à senhora Maria Marluce
Santana Vieira (Marlene) por entender que ela é uma guardiã da Cultura Popular
do Assaré – CE, no XVI PATATIVA do Assaré em Arte e Cultura, no ano de 2020.
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MESTRE: Elizeu Pedro de Araújo
Nome Artístico: Seu Elizeu
Ofício: Caretas de Bumba Meu Boi
BIOGRAFIA DO MESTRE.
Elizeu Pedro de Araújo nasceu no
Sítio Serra de Santana, no município de Assaré-Ceará, no dia 12 de junho de
1940, sendo filho de José Pedro e Adélia Tereza de Jesus.
Seu Elizeu se orgulha dos pais, por
serem agricultores, religiosos e de presença marcante em eventos de cunho
cultural. Além do mais, reforça: “nossa família participava ativamente dos
festejos da comunidade, dos encontros dos artistas, da cultura em geral
aclamada nas poesias do poeta Patativa do Assaré, como Bumba Meu Boi ou
Boi-Bumbá, lapinha, festas juninas, festas da padroeira, caretas, e outros, que
Patativa tanto fala chamando de folguedos.”
É nesse espaço de saberes e fazeres
culturais que nasce Elizeu Pedro de Araújo, hoje conhecido no seu torrão natal
como SEU ELIZEU.
De vida pacata, vivida num ambiente
campestre, no auge da mocidade, conhece a jovem Expedita Leão de Araújo, moça
sensata e hospitaleira, com quem casa, no dia 19 de dezembro de 1959 e, desse
enlace matrimonial, nascem nove filhos.
Um amante, um defensor e propagador
da cultura popular, assim se caracteriza Elizeu Pedro. Relata que, na maioria
das vezes, com seus familiares, participava dos eventos culturais da sua
comunidade por prazer e por tradição e, em especial, das apresentações do Bumba
Meu Boi. Momento esse que o povo compartilhava como protagonista ou
simplesmente como expectador assíduo dessa cultura que, por décadas, foi de
grande valia para a Serra de Santana e para o Município de Assaré.
Descreve ainda que, havia na
organização desses eventos, um cidadão muito popular na época, o comandante da
festa, o animador, o brincalhão, o senhor Belo Jorge, que alegrava a todos com
suas brincadeiras sadias. Relembra muito bem dos membros dos grupos e que,
ainda hoje, são conhecidos em toda a comunidade serrana, como: os irmãos
Vitorino e Paulino, José Vermelho e Antônio Grande; os irmãos Alceu e Antônio
de Neco; Assis Mateus: o careta, o dançador de boi, da burrinha e da caipora
era Josino Sobral, irmão da mulher de Beija Doca. O sanfoneiro que sempre
acompanhava o grupo nas visitas era Carmo Bruno, que fazia o forró após as
apresentações. E, nesse grupo seleto, eu, Elizeu Pedro de Araújo, com quinze
anos, era o caçula da equipe até completar trinta e cinco anos, como careta do
senhor Belo Jorge.
Em 1969, torna-se Mestre do Bumba
Meu Boi, exercendo a prática desse ofício até o ano de 1993. Foram 24 anos de
trabalhos espontâneos, de prazer, de zelo pela cultura assareense.
Nesse ínterim, Seu Elizeu deixa a Serra
de Santana e passa a residir na cidade de Assaré, abandonando, assim, o
exercício do grupo de folguedo. Porém nunca esqueceu a “popular tradição”, como
dizia PATATIVA DO ASSARÉ.
Há vinte e cinco anos, a prática
dessa cultura está estacionada, mas ainda continua enraizada nos corações
daqueles que a amam. No ano de 2018, o grupo resolve resgatar esse folguedo,
que já deu muita alegria nas noites de visitas naquela comunidade.
No momento, seu Elizeu ainda reside
na cidade de Assaré. Participa das manifestações culturais, sobretudo do Bumba
Meu Boi, que está renascendo através do seguinte grupo: Rafael, Minha, Gambá,
Elias e o sanfoneiro Tadeu, tendo na coordenação o Mestre Cícero de Pedrina.
Todos, sempre foram disponíveis para a cultura regional e local.
Pela exposição desses fatos e
outros motivos, a Gestão Municipal e a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto
e Lazer de Assaré concedem o título de Mestre dos Fazeres e Saberes Popular, na
modalidade Bumba Meu Boi, ao senhor Elizeu Pedro de Araújo (Seu Elizeu), por
entender que ele é um guardião da cultura popular do Assaré – CE, no XV
PATATIVA do Assaré em Arte e Cultura.
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MESTRE: José Inácio da Silva
Nome Artístico: Zezé Menino
Ofício: Maneiro Pau
BIOGRAFIA DO MESTRE.
José Inácio da Silva, conhecido
como Zezé Menino, filho de Pedro Inácio da Silva e Maria Glória da Conceição,
nasceu na cidade de Assaré em 14 de março 1932. Agricultor, casou em 26 de
novembro 1958 com Ana Viana da Silva (Nair) e tiveram 04 filhos, sendo eles:
Francisco Carlos Viana, Pedro Viana Neto, José Vanderlan Viana e Antônio Viana
da Silva.
Começou a praticar maneiro pau aos
30 anos de idade, em Assaré, observando um grupo que existia naquela época, com
16 componentes, que era o grupo "Piquiá", composto por: Zé Gabriel,
Pedro Daniel, Carlos Daniel e outros.
Em 1986, se apresentou, pela
primeira vez, na Praça do Ferreira, em Fortaleza. O grupo que se apresentou era
constituído por: Piula, Chico Queijo, Zezé Menino, Elizeu e outros.
No grupo, sempre é utilizado um
apito pra iniciar e terminar a dança nas suas apresentações. A madeira
utilizada pra fazer o bastão é o pau ferro, que é retirado da nossa vegetação nativa
e, depois, mandado para um acabamento na serraria. O maneiro pau é uma dança
entre o grupo, que dura no máximo 15 minutos, porque é muito cansativo.
O grupo passou por muitas
dificuldades, chegando ao ponto de quase acabar, mas continuou com o apoio de
alguns voluntários
Em 2005, seu Zezé Menino foi
homenageado mestre da cultura do maneiro pau de Assaré. atualmente seu Zezé
Menino mora em Assaré, residindo na Rua Maria Delfina, Nº 55, Centro e se
encontra praticando o maneiro pau em todos os eventos para os quais o grupo é
convidado.
Devido à sua dedicação a esse
estilo de cultura, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer junto com
a Gestão Municipal lhe atribuem o título de Mestre pelos Saberes e Fazeres da
Cultura Popular Assareense.
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MESTRE: Josefa Merandolina de Oliveira
Nome Artístico: Dona Zefa
Ofício: Dança do Coco.
BIOGRAFIA DA MESTRA.
Josefa Merandolina de Oliveira
nasceu no Município de Icó, no dia 20 de janeiro de 1936. Filha de José
Francisco de Oliveira e Maria Merandolina de Oliveira, tem 05 irmãs todas
falecidas: Maria Merandolina de Oliveira, Rosa Merandolina de Oliveira, Cecilia
Merandolina de Oliveira, Leila Merandolina de Oliveira e Geralda Merandolina de
Oliveira.
Dona Zefa Merandolina, como era
conhecida, veio de Icó para Assaré com 08 anos de idade, indo morar na Coruja.
Aos 10 anos de idade aprendeu a dança do coco com a família dos Beliscos, sendo
sua amiga Ciana quem ensinou a todo um grupo que morava na Batateiras, no
Município do Crato.
Fazia suas apresentações em festas,
quando o grupo era convidado. Na época, ela entrou no grupo, que já tinha
formação completa, e fez muitos dramas na casa dos Moreiras, que era sucesso na
época. Com 19 anos, foi morar no Recife e fez teatro na casa espetacular
“Marrocos”. Depois viajou até São Paulo, onde trabalhou em pensão e hotel,
espaços frequentados por artistas populares, como exemplo, Luiz Gonzaga. Passou
37 anos fora, para regressar a Assaré com seus dois filhos José Destamento
Junior e Moisés Cassiano de Barros.
Retornando a Assaré no ano de 2000,
resgata a dança do coco que estava parada. Começou a chamar o grupo, que era
formado por sete pessoas, para dançar nos eventos. Receberam convites para
dançar em Nova Olinda, Altaneira e em várias localidades do Assaré. A dança do
coco se caracteriza pela alegria e todos do grupo dançam, cantam, rodam, e
ficam trocando de pares de acordo com o ritmo da música cantada pela mestra do
grupo. As roupas são diferenciadas, a mestra veste vermelho e as outras
componentes qualquer cor. Por ensinar e praticar a dança do coco no Município
de Assaré, a Secretaria de Cultura, Turismo, Desporto e Lazer e a Gestão
Municipal lhe reconhecem como Mestra dos Saberes e Fazeres da Cultura
Assareense, sendo reconhecida no dia 03 de março de 2007.
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